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Gooseneck by Ulisses Wehby de Carvalho
Como se usa o GOOSENECK?
Antes de você achar que microfone e tradução simultânea não são problemas seus, responda as seguintes perguntas: Já falou em público? Qual é a probabilidade de você falar ao microfone em ambiente profissional e/ou acadêmico nos próximos anos? Saber usar o microfone é requisito importante para uma boa comunicação ao falar em público, não é?
Já escrevi em “Microfone não é apito nem pandeiro!” sobre alguns dos problemas causados por quem não toma certos cuidados básicos ao falar ao microfone. No post de hoje, você vai conhecer um tipo específico de microfone, o gooseneck, que é cada vez mais usado em reuniões e congressos. Seu nome é uma referência ao pescoço (neck) do ganso (goose), como você pode observar nas fotos.
Cuidados com o GOOSENECK
Segundo os técnicos de som com quem conversei, ele traz algumas vantagens em relação ao microfone de lapela, especialmente quando usado em grandes salas de conferência. O gooseneck é um microfone unidirecional, ou seja, ele capta as ondas sonoras somente na direção em que está apontado. O de lapela, por outro lado, é multidirecional e, portanto, mais suscetível à microfonia (feedback), pois capta os sons em todas as direções. O microfone de lapela (em inglês, lavelier, lapel mic ou clip mic) é mais indicado para estúdios e não para recintos que requerem sonorização ambiente, conhecido pela sigla P.A. (de public address system), como auditórios e grandes salões.
Além disso, o lapela é um aparelho sem fio e está sujeito a interferências. Já o gooseneck é conectado por cabos e, por isso, imune a esse tipo de problema. Há, evidentemente, outras diferenças importantes entre os dois modelos, mas esse não é objetivo principal do texto.
O GOOSENECK e os intérpretes
Para os intérpretes, no entanto, o gooseneck apresenta uma dificuldade adicional. Esse modelo de microfone de mesa foi desenvolvido para que as pessoas falassem sentadas confortavelmente em uma cadeira. Não há necessidade, portanto, de o orador se inclinar para frente, curvando a coluna para se aproximar do microfone. O mesmo princípio se aplica nas situações em que a pessoa está em pé, geralmente em um púlpito (lectern). Ao falar quase encostando a boca no microfone, o som de algumas consoantes plosivas – também chamadas de explosivas ou oclusivas (stops ou plosives, em inglês) -, especialmente “P”, “T”, “B” e “D”, literalmente explodem nas caixas acústicas do auditório. O som é parecido com o do bumbo da bateria, ou seja, um som grave, seco e profundo: TUM!
Em uma oração simples e enunciada em nosso idioma materno, como “TemPesTade inTerromPE Partida enTre PonTe PreTa e PenaPolense”, o efeito, se ouvido pelas caixas acústicas, incomoda, mas não chega a prejudicar a compreensão. Nos fones de ouvido dos intérpretes, por outro lado, a coisa é bem diferente. Acrescente-se ao quadro os seguintes agravantes: o orador pode não estar falando em sua língua materna e pode ter sotaque carregado; os intérpretes podem não estar totalmente familiarizados com o tema da palestra, que pode ser bastante técnico e/ou complexo; entre outras particularidades de cada evento.
Heavy metal
A menos que você seja vocalista de banda de heavy metal, a recomendação é falar, mais ou menos, a um palmo de distância do gooseneck. A distância é um pouco menor, de cerca de quatro dedos, para os microfones do tipo bastão. Se estiver usando o lapela, que é geralmente posicionado no lugar ideal pelo técnico de som, ou seja, fixado na roupa por uma presilha a aproximadamente um palmo do queixo, a preocupação não é com a distância. Nesses casos, retire o crachá, colares e quaisquer outros objetos supérfluos para evitar ruídos desnecessários.
Conclusões
Se você tomar esses cuidados da próxima vez que falar em público, você não só fará um favor aos participantes, mas, principalmente, aos intérpretes que, por sua vez, terão melhores condições de trabalho para oferecer um produto de qualidade para as pessoas que estão interessadas em ouvir o que você tem a dizer. A turma da cabine agradece!
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Bom dia Ulisses,
Sou um grande admirador do teu trabalho, tanto como intérprete, como na criação e atualização do Tecla Sap. Antes eu só tinha o SK como referência para recorrer quando das minhas constantes dúvidas e fonte de informação para aprendizado e melhoria do idioma.
Moro no interior de Minas, Congonhas, a cerca de 1h de Belo Horizonte. Trabalho na área técnica de equipamentos Caterpillar há 7 anos e tenho ajudado bastante na empresa nos trabalhos como intérprete nos treinamentos e seminários técnicos.
Apesar de receber muitos elogios pelo desempenho na tradução rápida e precisa, ainda sinto que preciso me profissionalizar.
Você tem conhecidos em Belo Horizonte e que possa me indicar para entrar neste mercado, principalmente como intérprete?
Fico muito grato!
Abraços
Ulisses, você poderia recomendar um bom curso de tradução simultânea no RJ? Valeu!
Concordo com você, porém é muito difícil um orador numa palestra saber a diferença dos microfones, e realmente o gooseneck é um tormento para os intérpretes. Certa vez fiz um evento que tinha um armênio falando em inglês, e, nesses casos,o sotaque é forte especialmente na pronúncia das consoantes oclusivas.