Tempo de leitura: 5 minutos
by Ulisses Wehby de Carvalho
Grammar Nazi
Gloria Kalil, o Código Penal e o Grammar Nazi
Dos três elementos do subtítulo, talvez Grammar Nazi seja o único que você ainda não conhece, acertei? Me diz uma coisa: você quase tem convulsão quando uma oração é iniciada por pronome oblíquo átono? Então chame a ambulância, porque acabei de fazê-lo! Se você fica de cabelo em pé com “Me diz uma coisa” e usa “Diga-me” em todas as situações, sinto informar que você, conscientemente ou não, apresenta alguns dos sintomas típicos de um Grammar Nazi. Far-lhe-ei o seguinte favor: rogo que interrompa a leitura deste texto imediatamente para que Vossa Senhoria não sofra novos ataques.
O que é Grammar Nazi?
A expressão Grammar Nazi é usada em referência àquelas pessoas que detectam e corrigem todo e qualquer erro gramatical, em geral, em publicações na Internet. O Tecla SAP, portanto, não está imune a esse tipo de chateação na seção de comentários. É claro que as mensagens que contêm bobagens de qualquer natureza – e não são poucas! – nem chegam a ser aprovadas. A intenção é tão somente poupar os olhos dos queridos frequentadores do blog. Sei que, embora infinita, não é incansável a beleza dos leitores do Tecla SAP… 😉
Alguns desses comentários, no entanto, passarão a ser comentados em posts porque, apesar de serem desprovidos de fundamentação, podem propiciar uma oportunidade para tratarmos de algum desvio importante. Outro dia, por exemplo, uma pessoa escreveu um comentário dizendo em um dos posts da seção “Troca a placa!” que o erro já começava no título. Segundo esse internauta, o “correto” seria “Troque a placa!” e não, segundo ele, “Troca a placa!”. Decidi aprovar o comentário e responder dizendo que “gramatiquice pentelha” não tinha vez no Tecla SAP. O cidadão então me manda a conjugação do verbo “trocar” no imperativo, tentando comprovar a sua tese. Deduzo que ele estava pensando que eu não sabia conjugar o verbo no imperativo. Seria isso?
Para que não restem dúvidas, na norma culta, eu teria optado por “Troque a placa”. A seção “Troca a placa!”, entretanto, não tem a seriedade de um texto acadêmico nem a importância de uma petição judicial. Optei, portanto, pela estrutura informal, muito mais comum e que é usada com maior frequência pelas pessoas de todas as classes sociais.
Falta jogo de cintura…
O que o Grammar Nazi não entende é que não é exclusivamente o domínio da norma culta que nos prepara para nos comunicarmos com o mundo ao nosso redor. Faz-se igualmente importante ter o domínio de outras variedades linguísticas também. Usar bem o idioma pressupõe saber escolher que variedade empregar dependendo da situação social em que nos encontramos. No entanto, o Grammar Nazi infelizmente trata a norma culta, também chamada de norma padrão, como se fosse um Código Penal, rígido, soberano e implacável. Não descobriu ainda que os preceitos que ditam o uso da língua estão mais para um manual de uso e estilo, altamente adaptável à situação social em que nos encontramos. Pena.
Muitas vezes, esse comportamento esconde um preconceito linguístico dissimulado sob a bandeira da boa educação e dos bons costumes. O mais engraçado é que esse tipo de pessoa é implacável para apontar inadequações comuns em classes sociais inferiores à sua porque os seus próprios erros não são detectados ou por ignorância ou por serem socialmente aceitos, no seu grupo social, é claro. A imagem que me vem à mente é a de um edifício de 20 andares em que os moradores de todos os andares, principalmente os que estão nos pisos mais altos, têm a certeza absoluta de que moram na cobertura. Só enxergam o que acontece embaixo e vomitam regras seguindo a lei da gravidade.
O traje adequado
O Grammar Nazi ainda não descobriu que estamos todos em um condomínio horizontal, em que há salão de festas, quadra de tênis, piscina, portaria, playground, churrasqueira etc. Usamos a língua de acordo com o ambiente em que estamos, assim como escolhemos os trajes que usamos. Que cor de gravata combina com terno preto? Se for para jogar tênis, a resposta é “nenhuma”. Se for para ir a uma festa, é melhor perguntar para a Gloria Kalil.
Conclusão
Em suma, Grammar Nazi é aquela pessoa que vai a um churrasco na casa de um amigo vestindo smoking e ainda por cima fica enchendo o saco de quem está de bermuda e camiseta. Assim como os trajes formais não são adequados para todas as ocasiões, o mesmo se aplica ao padrão formal da língua. Tudo tem hora e vez.
👍 Certo ou errado? 👎 Conheça o conceito de adequação! 👏
É certo ou errado? Mas qual é o certo? Está na hora de você virar a página e conhecer o conceito de adequação. O que é inadequado em determinadas situações pode ser perfeitamente aceito em outras. Assista ao vídeo e amplie seus conhecimentos gerais. Não entre em pânico ao se deparar com as contrações ain’t, gonna, wanna, outta, gotta, lotta etc. Aprenda a diferenciar o inglês informal e o inglês formal.
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Leia também…
Cf. DRESS CODE: qual é o significado e a tradução da expressão?
Cf. Aeroporto: frases prontas e palavras úteis em inglês (com tradução)
Cf. Skype: os 7 erros mais comuns de inglês no Skype
Importante
Gloria Kalil é jornalista e consultora de moda. É autora de vários livros sobre moda, estilo e etiqueta. Usei a expressão “Código Penal” a fim de ilustrar uma tese. Não se trata de referência ao Código Penal Brasileiro, seus princípios e interpretações.
Speak up! We’re listening…
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Referência
Top 100 – As cem melhores dicas do Tecla SAP, de Ulisses Wehby de Carvalho, ©Tecla SAP. Adquira seu exemplar do livro eletrônico com total conforto e segurança na Hotmart.
De facto, troca a placa é extremamente correcto. É o imperativo no sagunda pessoa do singular, que os brasileiros em geral, com honrosas excepções, têm tendência a evitar porque usam sobretudo a conjugação na terceira pessoa. Se estiver a escrever para um amigo a forma correcta em Portugal é “Troca a placa”.
[…] Cf. Grammar Nazi? Quem é? O que faz? Onde vive? […]
Ulisses bom dia, otimo tema, mas ca pra nos exigir o tempo todo norma culta num pais que nao oferece acesso ao conhecimento a 99 % do seu povo, e brincadeira.E essas pessoas sao um bando de chatos.
Gostei bastante do texto. Não conhecia a expressão e muito menos o significado, embora já estivesse me deparado com este tipo de situação.
É importante que saibamos nos expressar corretamente, porém devemos ser flexíveis em alguns casos para que não nos tornemos uns chatos de galochas.
Um abraço!
Concordo Veruska. Mas TS foi original. MAs acho que não foi com outro fim que não alertar. Eu não faria caso não. E olha que me divirto muito com vocês todos. Grato pelo serviço.
Excelente texto, Ulisses. conheço muita gente assim e isso me irrita muito.
Maria, tudo bem? Muito obrigado pela contribuição. Volte sempre! Abraços
Márcio, como vai?
Muito obrigado pelas considerações lúcidas. Volte mais vezes e comente sempre que puder.
Abraços
Alex, tudo bem?
Muito obrigado pela participação. A gente se fala…
Abraços
Vânia, como vai? Muito obrigado pelo comentário gentil. Fico contente em saber que você gostou do texto. Volte mais vezes. Abraços
Luciana, tudo bem?
É verdade. Se os que preconizam a aplicação da norma culta o tempo todo e em todos os ambientes parassem de encher o saco, eu já me daria por satisfeito… 😉
Abraços
Sabrina, tudo bem?
Não se incomode tanto. Releve. Todo mundo tem amigo/a que preferiria viver na Idade Média… 😉
Abraços
Querido, você a hha zô no seu artigo! Palmas de pé!
Adriana, tudo bem?
Muito obrigado pelo comentário. Adorei o “a hha zô”… 😉
Abraços
Fernando, como vai?
Muito obrigado pela contribuição. Comente mais vezes!
Abraços
Mônica, como vai?
Muito obrigado pela participação. Volte mais vezes e comente sempre que puder.
Abraços
Esther, como vai?
Perfeito! Obrigado pelo comentário. Volte sempre!
Abraços
Ronaldo, como vai?
Muito obrigado pela contribuição. Volte mais vezes!
Abraços
Bárbara, como vai?
Muito obrigado pela participação. Volte sempre!
Abraços
Muito bons os seus comentários. Embora haja, entre os professores e falantes eruditos, preconceito com a expressão bom senso, até para corrigir um colega, um amigo, é preciso ter bom senso e, principalmente ética, palavra de três sílabas pouco observada em tantos campos do viver cotidiano. Sou fã do Tecla Sap, há bastante tempo.
Rachel, como vai?
Muito obrigado pelo comentário. Concordo com suas observações. Agradeço também o interesse no Tecla SAP há tanto tempo. Volte mais vezes e comente sempre que puder.
Abraços
Perfeito! O problema é quando não se sabe distinguir entre uma churrasco e um coquetel, por exemplo…
Kátia, como vai?
Muito obrigado pela participação. Volte sempre!
Abraços