Não me lembrei de como se diz “penca” em inglês! E agora?

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Ulisses Wehby de Carvalho

Penca

Depois de terminar um trabalho de tradução simultânea sobre educação há poucas semanas, notei que a diretora da escola onde o evento havia sido realizado conversava em inglês com a palestrante, uma pedagoga americana. Eu e minha colega recolhíamos os receptores do equipamento portátil. Notando a nossa presença, a diretora resolve pedir ajuda e nos pergunta:

– Como se diz “penca” em inglês?

penca

Referência: Top 100 – As cem melhores dicas do Tecla SAP de Ulisses Wehby de Carvalho, ©Tecla SAP, 2014.

Nós dois não nos lembramos de imediato da palavra da língua inglesa. Sem hesitar, usamos uma paráfrase, ou seja, explicamos com outras palavras o que é uma penca de bananas em inglês. Imediatamente, a própria pedagoga disse:

Oh, you mean a “bunch of bananas”!

Desvendado o mistério, a conversa entre as duas prosseguiu animada e nós continuamos guardando o equipamento. No caminho de casa, no entanto, fiquei pensando no ocorrido e até me senti um pouco chateado por não ter me lembrado da palavra em questão.

Cf. Tradução Simultânea: O maior inimigo do intérprete

Decidi, portanto, que esse episódio viraria um post do Tecla SAP por dois motivos. O primeiro deles, o mais óbvio, é o fato de muitas pessoas não conhecerem a expressão “penca de bananas”. O segundo, ainda mais importante, é percebermos que não temos obrigação de sermos dicionários ambulantes e termos todas as respostas prontas na ponta da língua o tempo todo.

Nunca é demais salientar que a locução bunch of bananas não faz parte do cotidiano da língua inglesa tanto quanto na vida diária de quem mora em um país tropical como o Brasil. Com poucas exceções, o maior contingente de anglófonos se concentra em regiões mais frias do planeta. Embora a banana faça parte do dia a dia  das pessoas também nesses países, a bananeira e as pencas não. Podemos concluir que a palavra bunch com o sentido de “penca” não aparece com tanta frequência em filmes, músicas, livros etc. Essas são inegavalmente a principal fonte de onde os brasileiros estudantes de inglês retiram subsídios para construírem seu vocabulário.

Não pense que essa história é uma desculpa para explicar um lapso de memória de dois intérpretes de conferência. Decidi relatar o episódio para que você não sinta culpa caso não se lembre de uma determinada palavra ou expressão da língua inglesa. Se acontece com dois profissionais experientes por que não poderia acontecer com quem está dando os primeiros passos no idioma? Afinal de contas, “herrar” é “umano”! 😉

Cf. We all make misteaks.

Cf. Gramática: GRINGOS ALSO MAKE MISTAKES

Cf. Como dizer “Você tem razão.” em inglês?

Speak up! We’re listening…

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Referência: Top 100 – As cem melhores dicas do Tecla SAP de Ulisses Wehby de Carvalho, ©Tecla SAP, 2014.

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Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás

Neide, tudo bem?

Obrigado pela visita e pelo comentário gentil. Volte sempre!

Abraços

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás

Dativo, tudo bem?

Agora você pegou de jeito… 😉 Quem sabe algum/a agrônomo/a joga uma luz na questão…

Abraços

Ricardo Silveira
Ricardo Silveira
9 anos atrás

Bom dia!

A situação que vcs viveram aí, Ulysses, é verdade, nós intérpretes as vivenciamos “às pencas”.

Trocadilhos à parte, quero contribuir com uma estória (quem diria história? Vc pode escrever sobre essa também… que tal?) cuja estrutura central guarda certa semelhança. Permita-me:

O ambiente era uma festinha essencialmente bilíngue nos EUA, vários brasileiros conhecidos entre si e vários americanos a todos de alguma forma interligados.

Conversávamos animadamente em português eu e um brasileiro, amigo de longas datas (também fluente no inglês), sentados os dois num sofá no meio da sala. De pé, atrás do encosto do sofá, portanto juntinho a nós, conversavam animadamente em inglês uma brasileira (fluente no inglês ma non troppo) e uma americana.

Lá pelas tantas, a brasileira me cutuca o ombro e eu interrompo brevemente a minha conversa para escutar a pergunta que ela me fez com as mãos no ar, próximas entre si, e os dedos todos juntinhos:

“Como é que se diz ‘colar’ em inglês?”

Pensando ter captado a essência fundamental da pergunta através da expressão corporal e confiando que ela, estudiosa como era, saberia conjugar adequadamente o verbo de acordo com a composição que estivesse fazendo, prontamente respondi com brevidade e precisão:

“To glue.”

E voltei à minha conversa, tão animadamente quanto antes.

Passaram-se pouquíssimos segundos, o meu interlocutor irrompeu em escandalosa gargalhada diante da expressão consternada da interlocutora americana – obviamente desapontada por não ver desvendado o mistério da narrativa depois do esclarecimento “confiável” que eu teria propiciado à sua amiga brasileira – e disse:

“Pára o disco, gente! Peraí! O ‘colar’ que vc perguntou era esse adereço de colocar em torno do pescoço (donde os dedinhos em posição de quem o segura, penso eu agora!). Não é isso?”

E, virando-se para a americana atônita:
“What she means is that she visited that shop and bought a beautiful necklace; she did not buy a beautiful ‘to glue’.”

Desfeito o malentendido, a festa rolou até que, cansados e com as saudades “matadas”, voltamos todos cada qual para a sua casa…

Ana Cybele
Ana Cybele
9 anos atrás

Interessante como as coisas vão se interligando…Fiquei feliz em lembrar sozinha no início do texto a palavra que você procurava, pois fiquei tipo “não seria bunch?” rsrsrsrs Obs: aprendi isso há umas duas semanas vendo um vídeo da Carina Fragozo, que por sinal foi você quem indicou! Lembrei da minha recente situação: eu queria explicar à professora do intercâmbio que tinha reparado que a torneira do banheiro feminino estava desperdiçando água porque não fechava até o fim. E cadê que eu sabia como dizer “torneira”??? Tive que perguntar algo como “professora, como é o nome daquilo que fica na pia e a gente usa pra sair água?” – Ah, você diz “tap”? Bem, nunca mais esquecerei a bendita torneira agora…Abraços!

Mauro
Mauro
9 anos atrás

Quando comecei a ler seu email, a primeira palavra que me veio à cabeça foi BUNCH!!!

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás
Responder para  Mauro

Mauro, tudo bem?

Maravilha! Troque “penca” por qualquer outra palavra que você não se lembra para que o texto tenha o mesmo efeito… 😉

Abraços

Emerson Vieira
Emerson Vieira
9 anos atrás

Com certeza, essa matéria me deu mais animo para continuar em frente!
Estou adorando suas dicas, seus programas que assino e espero, um dia, ser fluente!

Muito obrigado! Muito obrigado mesmooo!

Thanks a lot! 😉

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás
Responder para  Emerson Vieira

Émerson, tudo bem?

Obrigado pela mensagem simpática. Volte sempre!

Abraços

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás

Vivian, tudo bem?

Obrigado pela visita e pelo comentário. Os dois artigos realmente se completam. Volte sempre!

Abraços

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás

Jussara, tudo bem?

Muito obrigado pelas palavras tão gentis. Saber que o conteúdo está sendo tão aproveitado deixa a todos do Tecla SAP super orgulhosos. Agradeço em nome de todos os colaboradores também.

Abraços

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás

Vanessa, tudo bem?

Obrigado pelo comentário. Volte mais vezes!

Abraços

FATIMA
FATIMA
9 anos atrás

TAMBÉM GOSTEI MUITO DESTE TEXTO !

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás
Responder para  FATIMA

Fátima, tudo bem?

Obrigado pelo elogio ao texto. Volte sempre!

Abraços

Ulisses Wehby de Carvalho
Ulisses Wehby de Carvalho
9 anos atrás

Alex, tudo bom?

Muito obrigado pelo comentário simpático. É bom saber que as dicas estão sendo bem aproveitadas. Volte mais vezes!

Abraços

Neuvira Rocha
Neuvira Rocha
10 anos atrás

Legal,adorei seu blog !
Quando comecei a lecionar tinha nauseas so em pensar que alguem poderia me perguntar algo e eu nao saber responder.Mas com o tempo se passando, hoje, me sinto completamente confortavel em dizer aos meus alunos que nao sei alguma coisa.Adorei qd vc disse que nao temos a obrigacao de sermos um dicionario ambulante.Nem mesmo na nossa lingua mae sabemos de tudo.
Abracos

Ueritom
10 anos atrás

Ulisses, o post está excelente, como de costume. Porém fiquei pensando sobre a sua sugestão para a Neuvira. Será que esta “estratégia” não intimidaria os alunos a fazerem perguntas em ocasiões futuras?

Abraço,

Ueritom

Helenara
Helenara
10 anos atrás

I loved it. Thank you for sharing this experience with us.

Heitor
Heitor
10 anos atrás

Olá,
Mesmo na nossa língua pátria às vezes ocorre de nos esquecermos de algumas palavras, que dirá em um idioma estrangeiro.
A propósito, já ouvi pessoas falando de “hand of bananas” também.
Abraços!!!

Thelma
Thelma
10 anos atrás

Bunch of Bananas was excellent, but what was brilliant really, was the fact that everybody faces that kind of situation one day or the other. I agree with you, Ulisses, “herrar é umano”. kisses

Jo Alex SG
10 anos atrás
Responder para  Thelma

É isso mesmo, língua e cultura estão tão ingerligadas que algumas regiões do mesmo país sequer conhecem os termos de outras,até nos E.U.A.Outro dia vi tantos comentários elucidativos sobre as diferenças entre muffin e de cupcake em diferenes países (devido tanto aos ingredientes como ao modo de preparo) que o assunto quase se adquire dimensões filosóficas,risos.Acabei tendo que incluir os comentários dos falantes nativos na postagem sobre esta diferença no meu blog. Na verdade, há até “finger” para cada banana ,quando mencionada em relação a “hand of bananas” mas parece ser jargão profissional da indústria do ramo.Vejam os interessantes comentários no fórum do link abaixo :

Sergio
Sergio
10 anos atrás

Bacana `:) Banana `;P

Obrigado por compartilhar esse tipo de experiência também.

Jo Alex SG
10 anos atrás
Responder para  Sergio

Errata ; interligadas (e não ingerligadas,riso) e também não deve haver o “se” antes de “adquire” – não tive tempo de revisar antes de postar (e como não há a função editar para os comentários feitos,tive que aduzir a errata aqui).