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Marina Bevilacqua de La Touloubre
ACTION!
LAW & WORDING: SVU
Special Victims: Us
ACTION
O aprendizado é um processo ativo. Quando você se propõe a fazer um curso – no nosso caso, de inglês jurídico – seja ele presencial ou online, as chances de um bom aproveitamento são, em tese, grandes. Por quê? Porque uma vez tomada essa decisão, você abre sua mente para as informações que estão por vir. Toda forma de aquisição e retenção de conhecimento depende unicamente de você e de seu interesse. Fatores como método, professor, instituição ou os colegas (público heterogêneo) são minimizados quando a decisão é sua. Afinal, você é responsável por seus projetos.
Muitos alunos me perguntam o que fazer, ou que medidas tomar [what is the best course of action / what actions should they take] para que continuem progredindo e desenvolvendo vocabulário técnico após o término de um curso. Se você já foi uma das minhas “vítimas”, conhece a resposta: exercícios de manutenção. É a história do spa: você chega lá acima do peso e então passa a adotar uma rotina de saúde diferente enquanto está lá dentro, que envolve um tipo de alimentação, atividades físicas e uma série de práticas que não são parte de sua rotina habitual. Ao voltar para casa, você vê que as gordurinhas foram embora, sua resistência cardiorrespiratória aumentou, sua pele está mais viçosa, dentre outros benefícios. Aí é que começa o desafio: se a partir do dia seguinte ao seu retorno ao lar você voltar à sua antiga rotina, seu corpo também acabará voltando à sua antiga forma. Por outro lado, se você der continuidade àquele ritmo do spa, conseguirá manter o que conquistou naqueles dias de disciplina saudável.
Com base nessa analogia, procure adaptar à sua rotina (não encare isso como “acrescentar” à sua rotina, mas “ajustar” a ela) certas práticas que tornarão seu aprendizado um processo natural e constante. Comece logo cedo, ao passar os olhos pelas notícias. Mas atenção às fontes: elas é que alimentarão o seu hardware. Escolha as melhores publicações.
Exemplifico: outro dia eu estava lendo a primeira edição deste ano da revista The Economist (Holiday Double Issue) e vi uma matéria sobre a falta d’água em São Paulo. Em um trecho, dizia assim:
- “(…) The drought is not the fault of São Paulo’s leaders, but they bear responsibility for the severity of its consequences.(…)”
- A seca não é culpa do governo de São Paulo, mas é ele quem responde pela gravidade de suas consequências.
Observe que antes de “fault” usa-se “the” (em português, não usamos o artigo “a” antes de “culpa”). Veja, também, que a frase nos ensina uma preciosa collocation: “to bear responsibility”. Muito útil tanto para advogados como para tradutores. Vale dizer que o uso do verbo to bear combina (coloca) não só com responsibility, mas também com liability. Que maravilha, uma bela dica de redação! Por fim, vale dizer que “severity” não é “severidade”, mas “gravidade”.
Nessa pequena frase tivemos a oportunidade de tomar contato com um inglês inquestionavelmente bem escrito, que nos oferece termos relacionados a um assunto atual, nos ensina a empregar corretamente o uso da expressão “arcar com responsabilidade”, “responsabilizar-se” ou “responder por”, além de nos alertar para armadilhas como “severity”, que, se fôssemos traduzir para o português de forma literal, não soaria português idiomático – não dizemos “quem responde pela severidade de suas consequências”; é claro que “gravidade” soa muito melhor.
Agora, vamos às cautelas:
- muito cuidado com os falsos cognatos
- sempre admita a possibilidade de polissemia quando um determinado termo não soar adequado ao contexto
Com isso em mente, você acabará percebendo que TUDO SE APROVEITA. Estamos falando de inglês jurídico? Sim! Basta voltar à frase da “Economist” que analisamos acima. É assim que funciona: você no comando, ditando o ritmo e constantemente em ação.
E por falar em AÇÃO, uma última nota: no mundo jurídico, “ação”, ou “ação judicial” (desconsideremos, por ora, as “ações” do direito societário, enquanto parcelas representativas do capital social) é o direito que têm as pessoas físicas ou jurídicas de demandar ou pleitear em juízo, perante os tribunais, o que lhes pertence ou o que lhes é devido. O termo pode designar, também, o próprio processo ajuizado (ação judicial). Nesse sentido, o correspondente em inglês pode ser simplesmente “action” ou “legal action”, ou ainda “action at law”.
Mas, atenção: também no universo jurídico, falamos em “tomar as medidas cabíveis”, “tomar providências”, não necessariamente no sentido processual – e nesses casos a expressão correta em inglês é “take action”, “take the applicable actions”, exatamente como exemplificado acima, no caso dos alunos que me perguntam como deviam proceder para dar continuidade ao aprendizado. E cuidado ao traduzir essas expressões, não use “tomar as ações necessárias”, pois não soa idiomático.
Para encerrar, um conselho: leia como quem degusta as palavras. O aprendizado fica delicioso.
The capacity to learn is a gift; the ability to learn is a skill; the willingness to learn is a choice. (Brian Herbert)
Cf. RIGHT x WRONG: as diferenças no inglês jurídico
Cf. Como se diz “Ministério Público” em inglês? Existe?
Cf. LAWYER x ATTORNEY: como se diz “advogado” em inglês?
Speak up! We’re listening…
Gostou da coluna de hoje da Profa. Marina Bevilacqua de La Touloubre sobre a palavra “ACTION”? Nós do Tecla SAP gostaríamos de saber se você já conhecia todos os significados possíveis de “ACTION”. Por gentileza, envie sua resposta na seção de comentários. Agradecemos sua participação.
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Eu acho que esses textos poderiam vir com um resumo inicial já explicando o motivo que trouxe o leitor aqui, nesse caso, por exemplo, seria informar rapidamente e exemplificar o uso da palavra “Action”. Depois poderia vir o texto completo. Digo isso não para desmerecer o trabalho mas sim porque o tempo é muito corrido e se a informação for algo que me gere maior interesse eu lerei o texto na integra, caso contrario vou sair com um aprendizado novo na forma de resumo.
Ótimo site, BTW.