Emily Dickinson: If I shouldn’t be alive

Tempo de leitura: menos de 1 minuto

Emily Dickinson

If I shouldn’t be alive
When the Robins come,
Give the one in Red Cravat,
A Memorial crumb.

Robin

If I couldn’t thank you,
Being fast asleep,
You will know I’m trying
With my Granit lip! 

Se eu não estiver mais viva
Quando vierem os Passarinhos
Dá ao do Lencinho Carmesim
Uma migalha, por mim

E se eu não te agradecer
Imersa num sono infinito
Saiba que o tento fazer
Com meu lábio de Granito!

Cf. Emily Dickinson: The Dying need but little, Dear…
Cf. Emily Dickinson: I’ve seen a Dying Eye
Cf. Emily Dickinson: My River runs to thee

Comentários de Tradução

If I shouldn’t be alive
Se eu não estiver mais viva

When the Robins come
Quando vierem os Passarinhos

Tal como em If I can stop one Heart from breaking (veja o comentário nr. 19), fugi da tradução “tordos”, palavra sem nenhuma beleza, que se confunde com “todos” e é impossível de rimar. Bem ao contrário da suave palavra Robin, que também é nome próprio, e designa um pássaro muito conhecido no hemisfério norte, de peito laranja-avermelhado.

Pensei em “pintassilgos” ou algum outro nome bonito de ave, mas achei que desviaria a atenção do leitor do tema principal e acabei optando pelo genérico “passarinho”.

Give the one in Red Cravat
Dá ao do Lencinho Carmesim

Difícil resolver “Cravat”. Não é “Gravata” ou “Gravatinha” que, aliás, não são palavras de som bonito, mas sim um “lenço” de amarrar no pescoço, formando o vermelho no peito. O diminutivo “lencinho” resolveu a métrica do verso, embora talvez torne o poema muito suavizado, quase infantil. Esse tom não se sente no original, que é pungente, com versos breves e a solene palavra “Memorial”.

Being fast asleep,
Imersa num sono infinito 

É ótimo poder usar um adjetivo na forma feminina – recurso do português que dá forma à voz da Autora.

A segunda estrofe ficou mais bem resolvida, com fortes ecos de Cecília Meireles – outra “Serena Desesperada”. Lembra um pouco seu maravilhoso “Motivo”, seja cantado na voz rasgada de Fagner, ou murmurado com suavidade:

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno, a asa ritmada.
E um dia eu sei que estarei mudo
– mais nada.

Referência: “Loucas Noites / Wild Nights – 55 Poemas de Emily Dickinson“, Tradução e Comentários de Isa Mara Lando, Disal Editora, 2010. Leia a resenha.

0 0 votos
Article Rating
Inscrever-se
Notificar de
guest

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

1 Comentário
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Eliseu
Eliseu
12 anos atrás

Ulisses vi sua reportagem no Jo e como vc pediu para deixar um comentarion engrassado sobre alguma coisa em Ingles, eu vivo nos estados Unidos por 13 anos, tenho muitas coisas engracadas que aconteceu e acontence no dia a dia mas uma que nao esqueco e no tempo que vendia Carros, fiz isso por 2 anos vendendo Toyota, certo dia vendi um carro e estava completando a application para o financiamento perguntei ao cliente que faz de trabalho ? ela me falou filho eu ja estou aponsentada, entao completei a application e levei a sala de financiamento deixei la e quando voltei tinha varios amigos de trabalhos chorando de dar rizada e nao entendi o porque e comecaram a ler a application para mim – TRABALHO – RETARDED – traducao ( Retardado) as palavra que queria dizer era Retired ( Aposentado )

espero que esse seja mais uma de suas Historias e minha e verdadeira.

super abraco
Eliseu Dama.