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Leitura: abrir o dicionário ou deduzir pelo contexto?
A dica de hoje esclarece uma dúvida sobre leitura que parece incomodar muitos alunos de inglês. O que é melhor: parar e abrir o dicionário ou tentar deduzir pelo contexto? Ela foi postada no Fórum Tecla SAP há alguns dias. Aliás, eu até tinha me esquecido de que um dos benefícios de se manter um fórum para o esclarecimento de dúvidas de inglês era justamente a grande quantidade de perguntas que suscitam debates interessantes. A dúvida de uma pessoa costuma ser também a de mais gente.
Como de hábito, não há uma resposta definitiva para a pergunta do título do post que se aplique a todas as pessoas e a todas as ocasiões. As razões são óbvias: ninguém lê sempre o mesmo tipo de texto e com a mesma finalidade. Sem contar, nunca é demais repetir, que nem todo mundo tem o mesmo nível de proficiência. Essas parecem ser afirmações óbvias demais e até desnecessárias, mas, por mais incrível que pareça, nem sempre são levadas em conta.
Se você já torceu o nariz ao desconfiar que vai levar um “depende” como resposta, recomendo a leitura de “Por que é tão difícil aceitar “Depende.” como resposta?“. Sinto muito, mas é assim mesmo.
Eu gostaria, em primeiro lugar, de apresentar três aspectos sobre a leitura que são relevantes para nossa análise. Não se trata, em absoluto, de definições rígidas e isoladas. Em determinados momentos, as três podem até se confundir. Os sinais de mais e de menos, usados nas imagens a seguir, indicam mais ou menos consultas ao dicionário. Embora eu tenha usado sinais matemáticos para ilustrar o conceito, não há respostas exatas para todas as situações.
Propósito
Quando começamos a leitura de um texto, existe, invariavelmente, uma ou mais finalidades, sejam elas conscientes ou não. Em geral, nos casos em que o objetivo é complementar nossos estudos ou absorver novas informações sobre nosso trabalho, a recomendação é abrir o dicionário com mais frequência. Se, por outro lado, a meta é quase que exclusivamente o entretenimento, dê preferência à leitura mais fluida e procure deduzir o significado de palavras e expressões pelo contexto. Recorra ao dicionário, é claro, caso a mesma palavra apareça no texto com frequência e/ou seja imprescindível para a compreensão de um parágrafo inteiro ou de uma passagem importante.
Vale ressaltar que a leitura de um texto acadêmico, como um artigo científico sobre aerodinâmica, pode muito bem ser uma leitura para as horas de lazer para algumas pessoas, assim como um romance ficcional que se passa na Inglaterra do século XIX pode ser trabalho para, por exemplo, um aluno do curso de Literatura. Não há, portanto, respostas padrão.
A leitura dos readers, aqueles livros com vocabulário simplificado, são uma prática salutar. Se precisar de alguma sugestão, confira este post: “Resenhas de Livros: Helbling Readers“.
Característica
Novamente, aquilo que é técnico e específico para alguns pode muito bem ser muito genérico para outros. Adapte as recomendações dos gráficos ao seu caso particular, é claro. É importante também salientar que, não raro, o mesmo texto pode oscilar entre os dois extremos, ou seja, em algumas passagens pode descrever algum objeto ou processo em seus mínimos detalhes para, em seguida, tratar de outra questão com um olhar mais abrangente.
Proficiência
O nível de proficiência também é mais uma dimensão fluida e, muitas vezes, subjetiva. O seu grau de familiaridade com a língua inglesa, sua estrutura e seu léxico, também é fator importante para saber se você deve consultar o dicionário mais ou menos vezes. É lógico que fica bem mais fácil deduzir o significado de uma palavra quando se conhece o que as outras na mesma frase querem dizer. Se, por outro lado, dos 12 termos de uma oração qualquer, você só conhecer três, a dedução fica quase impossível.
Abrir o dicionário: prós e contras
São óbvias as vantagens de se abrir o dicionário. Acho que nem preciso dizer que você esclarece as dúvidas, conhece novas acepções do mesmo termo, além, é claro, de acrescentar uma palavra nova ao seu vocabulário.
As desvantagens, no entanto, são menos aparentes. Ao interromper a leitura, se perde um pouco do ritmo e da sequência da trama do texto, em especial se as interrupções forem frequentes e/ou muito demoradas. No caso da leitura de um livro, por exemplo, essas pausas podem desestimular o leitor porque acabam tornando o processo muito mais demorado. É mais provável que haja desconexão entre os diferentes capítulos pelo fato de ficarem muito distantes uns dos outros.
Além disso, o uso excessivo do dicionário em toda e qualquer situação pode gerar dependência, que, por sua vez, abala a confiança do aluno e prejudica sua capacidade de inferir. Não há como conceber o estudo de um idioma estrangeiro sem que tenhamos uma boa capacidade de dedução. São duas as razões principais: 1) não é sempre que temos acesso ao dicionário e 2) não há tempo hábil para a consulta quando ouvimos um texto oral. Saber deduzir é, portanto, fundamental!
Deduzir pelo contexto: vantagens e desvantagens
Ao deduzirmos o significado de uma palavra a partir do contexto, corremos o risco de não interpretá-la corretamente e, por essa razão, prejudicarmos a compreensão de algum trecho da história. Além disso, também perdemos a oportunidade de conhecer nuances semânticas que só uma consulta criteriosa ao dicionário pode proporcionar.
Por outro lado, ao imprimirmos um ritmo mais veloz à leitura, temos a oportunidade de rever uma quantidade bem maior de palavras e expressões que já conhecemos. Muitas delas, em especial as que não são de uso corrente, seriam provavelmente esquecidas em breve. Em suma, mais do que adquirir vocabulário novo, a leitura mais dinâmica nos dá a chance de não perder o que já faz parte do nosso acervo lexical. Não se esqueça de incluir no cálculo as palavras que você deduz corretamente, é claro!
Conclusão
Procure fazer uso dessas três dimensões da próxima vez que for ler um artigo de jornal, um livro ou um relatório. Só você terá condições de saber em que grau aplicará cada uma delas e quantas vezes deverá interromper a leitura para consultar o dicionário. Assim, tenho certeza de que terá mais condições de otimizar seu tempo e tirar maior proveito da leitura. Se precisar de dicas de dicionário, recomendo os seguintes textos:
Espero que você tenha gostado das dicas. Ficou faltando alguma coisa importante? Por favor, envie sua contribuição na seção de comentários, no rodapé da página. Críticas e sugestões são sempre bem-vindas. Obrigado!
Se tiver alguma dúvida de inglês sobre esse ou qualquer outro assunto, o espaço para você encaminhar sua pergunta é o Fórum Tecla SAP. Venha participar dessa cada vez mais atuante comunidade. São professores e alunos de inglês de todos os níveis que estão sempre dispostos a ajudar quem precisa. Participe, acumule pontos e ganhe brindes exclusivos. É grátis!
Cf. Autonomia não é só para autodidatas
Cf. Vocabulário: a diferença entre falar inglês e falar inglês bem.
Hey Teacher!
I would say that it depends on the purpose of your reading and your level of proficiency. I myself almost never look words up in the dictionary when I am reading for fun.
Na questão do uso demasiado do dicionário , na minha opinião não existe quanto mais uso melhor mais eu tenho facilidade de definir.
Estou estudando inglês e não sei como sair do intermediário. Tenho dificuldades e preguiça de usar o dicionário. O que devo fazer para ser fluente sem o uso do dicionário?
Olá tudo bem? eu posso te ajudar nessa questão! tudo que é necessário para você destravar por mais que você tenha preguiça em usar um dicionário. seria a constância com o idioma, no caso você teria que ter contato com o inglês DIARIAMENTE. sim! Esse é um dos meios, seja vendo um vídeo de curiosidades, um filme, aulas de inglês, lendo algo. mas sim! precisamos dessa constância, assim como aprendemos o português, no qual temos o contato diário. você precisa se familiarizar mais com o idioma, para que sua mente ache aquilo normal! E sempre é bom ter contato com alguém que já fale fluente não precisa ser nativo desde que aquela pessoa esteja ali para te ajudar, você tendo intimidade e abordando diferentes temas você consegue avançar o seu nível até por que abordando diferentes temas sempre irá surgir alguma palavra que talvez voce ainda não saiba acontece comigo sempre.
Nunca fiz aula de inglês, mas estou tentando aprender sozinha, tenho 14 anos e quero fazer intercambio aos 18, você acha isso possível?
Iniciei o interesse também aos 14! hehehe tempos bons! sim, acho possível sim! inclusive eu já falava intermediário. Porém, o que poderá ficar falho se caso você não for muito a fundo. é a regra gramatical inglesa onde você necessitará dela indireta ou diretamente tanto para escrever como para falar. para fazer sentido no que está sendo escrito ou dito. se caso você tiver condições ou possibilidade de fazer um cursinho de inglês. ele sempre será bem vindo! e irá estruturar todo seu aprendizado. eu mesmo estou me formando no CCAA de minha cidade, assim que entrei fiz prova oral para saber meu nível. e sim! na época eu me perdia para me referir ao passado e ao futuro. Obs mantenha sempre o contato diário com o novo idioma, assim como tivemos com o português.
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Ulisses, fica aqui a minha dica para e-readers (como o Kindle) que facilita muito a leitura de textos em inglês. Muitos livros possuem dicas de vocabulário acima da própria palavra com o significado também em inglês. Se for necessário o uso de dicionário, basta selecionar a palavra que uma janela de dicionário se abrirá mostrando o significado da palavra. O aparelho vem com bons dicionários gratuitos, como o Oxford. No caso de necessidade de consulta ao dicionário, não se perde muito tempo, já que o aparelho a localiza de imediato! O e-reader tem me ajudado bastante no aprendizado!!! Abraços.
Yury, tudo bem?
Bem lembrado! Obrigado por contribuir e enriquecer o leque de informações do post. Volte mais vezes e comente sempre que puder.
Abraços
Edna, como vai?
Muito obrigado pelos comentários sempre simpáticos. É bom saber que o conteúdo do post está sendo bem aproveitado.
Abraços,
Excelente texto, muito elucidativo. Parabéns Ulisses
Miriam, tudo bem?
Muito obrigado pelo comentário simpático. Volte mais vezes e comente sempre que puder.
Abraços
Gisele, como vai?
Obrigado pela visita e pelo comentário. Concordo com as suas observações. Deduzir requer treino e, como em quase tudo na vida, quanto mais a gente pratica, melhor fica! Volte sempre!
Abraços
Natan, tudo bem?
Muito obrigado pelo relato do seu método de estudo. Não conheço o anki, mas fica valendo a sugestão para quem tiver interesse em conhecer a ferramenta. Volte mais vezes!
Abraços
Eu acho que devemos tentar deduzir as palavras pelo contexto. Eu sou professora de inglês e sempre pedi aos meus alunos para, antes de procurarem a palavra no dicionário ou me perguntar, tentarem deduzir o significado pelo contexto.,
Simone, tudo bem?
Muito obrigado pela contribuição. Volte sempre!
Abraços
Marco, tudo bem?
Obrigado pelo relato. Acredito que você está no caminho certo e, se transformar a leitura em hábito reglar, dará passos seguros em direção ao domínio do idioma. Volte sempre!
Abraços
Eu, como funcionário de uma empresa Americana, preciso usar a lingua Inglesa diariamente, seja na forma escrira, seja na falada … Assim sendo, eu tiro proveito das duas metodologias, ou seja, procuro o tempo todo “inferir” o significado de determinadas palavras que desconheço pelo contexto, para assim não peder a “fluidez”, mas contudo a marco com uma caneta marca-texto (ou no vídeo e salvo o texto) para consultar no dicionário depois quando tenho tempo livre …
O mesmo acontece de forma falada, ou seja, nas reuniões estou sempre com caderno anotando as palavras “misteriosas” como as entendo e tenho um bloquinho sempre a mão para as conversas informais ou telefônicas (ou teleconferências).
As chaves para esta questão são “TEMPO”, isto é, o quanto você se dispõe para lidar com este aprendizado e a “MOTIVAÇÃO”, em outras palavras, quão importante é para você aprender estes significados …
These are my 2 cents …
Carobe, tudo bem?
Obrigado pela gentileza de comentar. Concordo com as suas observações. Tempo e motivação são essenciais mesmo. Sem uma coisa, não adianta ter a outra. Volte sempre!
Abraços
Ju, tudo bem?
Obrigado pelo relato. Acho que você está no caminho certo. Volte sempre!
Abraços
Denise, tudo bem?
Não dá para se ter tudo, não é? Vale para a vida; vale para a leitura também.
Abraços
Meu nível de inglês é básico mas por experiência própria percebo que se pode confiar na dedução do significado pelo contexto, desde que estejamos familiarizados com a estrutura da frase que vamos interpretar e conheçamos o significado da maioria dos termos ou dos termos-chave. Costuma funcionar comigo.
Robertino, tudo bom?
Obrigado pelo comentário. Tomara que mais alunos de nível básico se conscientizem da importância de se deduzir alguns termos e expressões durante a leitura.
Abraços
Boa tarde Ulisses,
De todo o texto me identifiquei mais com o tópico “Abrir dicionários: prós e contras”. Afastei-me um pouco do aprendizado e estou voltando e o fato de ir ao dicionário diversas vezes realmente desanima mas se não o fizer provavelmente deixará de entender o texto na íntegra, o fato é que, se não tiver força de vontade possivelmente não dará continuidade ao aprendizado.
Paulo, tudo bem?
Obrigado pelo comentário. Fico contente em saber que você gostou do texto. Volte sempre!
Abraços
Daniela, tudo bem?
Obrigado pelo relato de seu caso pessoal. Tenho a impressão de que a estratégia que você adotou é mesmo a mais indicada para esse tipo de leitura.
Diga-se de passagem, ler a TIME já é tarefa para poucos.
Abraços
A minha filha mais nova, de 12 anos, estuda inglês desde os sete e, na nossa ultima viagem aos Estados Unidos, pegou uma revista Time e começou a lê-la. Depois me disse que a Time é “divertida”, pode?
Daniela, como vai?
Pode. Filho de peixe… 😉
Abraços
É, mas tem que saber usar os tradutores online, caso contrário você vai procurar “manga” (mango) e acaba achando “sleeve”!