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Microfone
Microfone não é apito nem pandeiro!
Acontece sempre, não tem jeito. O intérprete está em sua cabine, atento, com os fones bem ajustados aos ouvidos fazendo a tradução simultânea de uma palestra. O som lhe chega aos ouvidos por um microfone, geralmente de lapela, colocado no tórax do(a) orador(a). Tudo está funcionando perfeitamente bem. Depois de algum tempo, alguém levanta a mão para esclarecer uma dúvida. Até aí, nada de mais. O problema é que a pessoa pega o microfone (em geral um bastão, sem fio) e, para checar se ele está ligado, aplica-lhe aquilo que a seu ver são duas ou três batidinhas inocentes.
Para quem está no auditório e ouve o barulho pelas caixas acústicas, o ruído não chega a incomodar. TUM, TUM, TUM… muitas vezes seguidos de uma ou mais assopradas com a boca colada no microfone. Na ótica, ou melhor dizendo, na audição de quem está de fone de ouvido, os estrondos são violentos e dão a impressão de que vão furar o seu tímpano. Com um pouco de sorte, o zunido desaparece alguns minutos depois. Quem já sentiu na pele, ou melhor, no ouvido, conhece muito bem a sensação que descrevi.
Na maioria das vezes, quando tenho visibilidade de todo o auditório, tenho o cuidado de abaixar bem o volume do meu fone para não ser pego de surpresa. Outras vezes, no entanto, não enxergo todos os participantes e sou pego desprevenido. Confesso que até já pensei em dizer as seguintes frases da cabine:
- Meu tímpano está em suas mãos, trate-o com carinho!
- Microfone não é pandeiro!
- Microfone não é apito!
- FDP! (É brincadeira… claro!)
Rabugice e brincadeiras à parte, fica a dica: para verificar se o microfone está ligado, diga “Alô!”, “Teste, teste!”, “Um, dois, três… testando.” ou qualquer outra frase de sua preferência. Entendeu ou quer que eu FALE MAIS ALTO?!? 😉
Cf. Tradução Simultânea de Cochicho
Cf. Sabe inglês? Vire intérprete…
Cf. Como ser tradutor e intérprete
Speak up! We’re listening…
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Muito legal a imagem do post.
Dá até pra sentir o sofrimento da pessoa.
EryckTQ,
Obrigado pela visita e pelo comentário. Volte sempre!
Abraços a todos
Olha Ulisses, acho que é bem esse o segredo: o número de “professores” que vocês têm em SP. Aqui dá para contar nos dedos de uma mão os intérpretes realmente dispostos a impor condições profissionais. E assumir eternamente essas outras tarefas educativas suga uma energia… não que a gente não morra tentando.
Até a próxima.
Raquel,
Concordo plenamente com você. Nossa “chatice” (a boa “chatice”, é claro!) tem fama mundial. Só assim para a coisa andar… 😉
Abraços a todos
Oi Ulisses, dou umas espiadas nas tuas dicas, sim. Olha, vou começar a treinar para essa de parar de traduzir a cada 2º microfone aberto. Confesso que nunca tive coragem de pegar pesado assim. Mas são 22 anos tentando treinar todos os envolvidos no processo. A rotatividade desse tipo de pessoal é de deixar tonto. Sempre é um novo técnico, uma nova mocinha, e haja paciência para ensinar eternamente. E para mim esse controle estar sempre na mesa de som tem algum mistério, porque já cansei de reclamar e eles me olharem dizendo “mas olhe aqui, estão todos os mikes fechados” e ainda assim eu não sou louca, tenho certeza que estou escutando “coisas”.
Raquel
Raquel,
Pois é, peguei pesado mesmo no meu exemplo. Faltou dizer que isso acontece só em casos extremos. Na grande maioria das vezes, a coisa se resolve com uma conversa entre o intérprete coordenador e o organizador do evento antes de tudo começar. Aqui em SP, talvez por conta do grande volume de eventos e da constante reclamação de muitos intérpretes e, principalmente, dos clientes, as empresas de som estão um pouco mais acostumadas com o formato. Não que não haja rotatividade de funcionários do setor. Bom, falei que iria escrever um post sobre o assunto, mas acho que já estou juntando o texto sobre o assunto aqui mesmo nos comentários.
Abraços a todos
Ulisses, e há outra que eu a-d-o-r-o na cabine. Vai começar a Q&A, a recepcionista eficiente já fica de microfone em punho, ligado, para passar a quem quiser fazer perguntas. Enquanto espera, bate com o microfone na perna, esfrega na roupa, esbarra na parede, tudo captando a conversa dela com a colega ao lado e/ou das pessoas sentadas nas poltronas próximas.
Agradável ao cubo se são várias recepcionistas espalhadas pelo auditório. Não se sabe se uma ou várias tiveram a feliz idéia de ligar o mike antes da hora e dá-lhe som estranho entrando no nosso fone na cabine por uma eternidade até a Q&A efetivamente começar.
E adianta implorar para as mocinhas ligarem e desligarem o mike só, somente só, na hora que alguém for perguntar? Raramente!
Raquel
Raquel,
Tudo bem? Bom saber que você acompanhas as dicas do blog. A situação que você descreve vai ser tema de um post que escreverei em breve. Posso adiantar que o problema passa por uma boa comunicação entre intérprete coordenador, organizador do evento, empresa de som ambiente e empresa de som para a simultânea. O acionamento dos microfones volantes fica por conta do operador da mesa de som. Não tem jeito, precisa ensinar a turma a trabalhar em eventos com simultânea. Com dois microfones abertos, eu paro de traduzir na hora. Basta uma vez para todo mundo ficar esperto. No entanto, costumo trabalhar em eventos em SP com gente que está mais acostumada.
Abraços a todos
Adorei o humor no texto! Confesso que ri com o FDP! rsrsrsrsrsrsrs…
Denilso,
Valeu! Obrigado pela visita e pelo RT no Twitter! A vontade é falar a sigla por extenso… juro!
Abraços a todos