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Ranking by Agenor Soares dos Santos
RANKING
RANKING (s.) (fins do século XX)
[RANKING]
Desde que ingressou na língua, este modismo desbancou inteiramente “classificação”, que praticamente desapareceu dos jornais como “posição em relação a outros semelhantes” (Dicionário de Usos do Português do Brasil. São Paulo: Ática, 2002). Talvez tenha nascido de leitura de noticiário esportivo, porque é nessa situação que o vocábulo sempre foi corrente em inglês, como lembra Ieda Maria Alves (Neologismo – criação lexical. São Paulo: Ática, 1989, 79): “Ronaldinho stands at number one in the world rankings.”
Em outras o substantivo é tão frequente quanto no Brasil, sendo muito mais comum seu uso como adjetivo, como “o melhor / mais importante, um dos melhores / dos mais importantes”. É uma palavra que dificilmente será adaptada: 1) não se ajusta ao sistema fônico português; 2) o mesmo com relação à grafia; 3) tem a particularidade de agradar devido à preferência do brasileiro pelas formas em -ing.
Ranque, ranquear, ranqueado e ranqueamento
Essa dificuldade não existe, porém, para a maleabilidade com que se criam derivados no Brasil: baseados na transliteração do /k/, cunharam-se logo diversos para esse lexema, e alguns estão em dicionários sem figurarem em outros ou no Vocabulário ortográfico da língua portuguesa (Academia Brasileira de Letras, 3a. edição, 1999):
1) “ranque”, o mais fácil está em Dicionário Houaiss da língua portuguesa (Rio de Janeiro: Objetiva, 2001), que critica o “aportuguesamento desnecessário, quando há na língua palavras vernáculas equivalentes, como colocação, nível, classe, posto etc.”;
2) “ranquear”: este é fácil de pegar porque faz companhia aos inúmeros verbos de origem inglesa que entram para a 1a. conjugação – igualmente censurado pelo Dicionário Houaiss da língua portuguesa como “hibridismo condenável”; Os neologismos do português e a face social da língua (Éda Heloísa Pilla. Porto Alegre: AGE, 2002), obra sobre neologismos publicada depois (2002, 27), chama-o de “verbo virtual”, admitindo, de outra parte, a existência de “ranquiado”, que contraria as outras formações e não figura nos dicionários (nem em Dicionário de usos do Português do Brasil (Francisco da Silva Borba, São Paulo: Ática, 2002), com exemplos vivos de anos anteriores, e em Dicionário UNESP do português contemporâneo (Francisco da Silva Borba, São Paulo: 2004);
3) o particípio “ranqueado” (Dicionário Houaiss da língua portuguesa; e Dicionário de usos do Português do Brasil e Dicionário UNESP do português contemporâneo, com citações);
4) ranqueamento: “Nos EUA, lei cria ‘provão’ para alunos da rede pública e ranqueamento das escolas” (Folha de São Paulo, suplemento Sinapse, 2004); não em Dicionário Houaiss da língua portuguesa, mas, com abonações, em Dicionário de usos do Português do Brasil e Dicionário UNESP do português contemporâneo. > 6.2 e 8.2.
O maior erro de pronúncia em inglês
Assista ao vídeo e conheça o principal erro de pronúncia em inglês e saiba como evitá-lo. A vogal de apoio é a marca registrada do sotaque brasileiro e o problema pode, sim, ser resolvido. Aperfeiçoe sua pronúncia em inglês com as dicas do Tecla SAP.
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Cf. Começar do zero! Existe quem não saiba nada de inglês?
Cf. RATING: qual é o significado e a tradução de “RATING”?
Cf. 10 Phrasal Verbs Essenciais – Feat. Júnior Silveira (Cai como uma luva)
Speak up! We’re listening…
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Referência
Dicionário de Anglicismos e de Palavras Inglesas Correntes em Português, de Agenor Soares dos Santos – Editora Campus/Elsevier, 2006. Clique para ler a sinopse e adquirir seu exemplar no site da Disal Distribuidora com total segurança e conforto.
Ulisses
Escrevo abaixo com pitadas de critica, ironia e um bocado de humor.
A respeito desta integraçao de palavras no idioma, onde quebra o preconceito e passa a existir respeito pelas diferenças culturais. O portugues vem aderindo varias palavras, “ok”? E muitos sao adeptos a este processo. Afinal de contas, a democracia deve existir em algum lugar pelo menos, nao é?
Tres exemplos: deixa de show; I am fome; Eu tô mouse. E por ai vai.
Ulisses, gostaria da sua opniao sobre este “vocábulo democrático”. É ruim para nossa lingua? Surgiria um novo idioma?
Aguardo bem relax o seu comentario. Abraços.
Tiago,
Tudo bem? Já escrevi sobre neologismos em “Falsos Cognatos: Quando as semelhanças atrapalham“.
Abraços a todos