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Relação biunívoca
Relação biunívoca não funciona no estudo de inglês… ou “A turma do Excel ataca outra vez!” 😉
Pois é, a turminha do Excel ataca novamente… 😉 Antes de mais nada, deixo bem claro, mais uma vez, que não tenho nada contra engenheiros, programadores, contadores, pesquisadores e outros profissionais que fazem da planilha do Excel sua ferramenta de trabalho. Muito pelo contrário. A admiração e o respeito são enormes!
O problema é tentar aplicar a mesma lógica cartesiana para o estudo dos idiomas. A meu ver, é mais ou menos como jogar vôlei de chuteira ou tomar sopa com garfo.
Antes de contar o mais recente capítulo dessa saga, não posso me esquecer de dizer que o assunto que abordamos hoje também foi retratado em detalhes no post “Contexto é tudo! Entenda a importância do contexto.“.
O episódio
A motivação para escrever este texto é um comentário feito por um dos leitores do Tecla SAP. Este caso aconteceu em um dos inúmeros posts em que publico trechos de livros de colegas. O autor da obra recomenda traduzirmos uma expressão X em inglês por outra Y, que ele julga ser a equivalente mais próxima em português.
Outros leitores do blog já comentaram no rodapé da página dando outras sugestões de tradução, como costuma acontecer com frequência. A audiência do Tecla SAP é composta por alunos de todos os níveis, professores de inglês, tradutores e intérpretes experientes e, não raro, essas contribuições enriquecem o conteúdo. Todos saem ganhando. Bacana.
De vez em quando, no entanto, aparece alguém que afirma categoricamente o contrário do que está exposto no texto. O tom é quase sempre de certeza absoluta:
– A expressão X em inglês NÃO é a expressão Y em português. A expressão X em inglês é Z em português.
O interessante é observar que não aparece um “pode ser Z também?”, um “não poderia ser também Z?”, “também ouvi / li Z, o que você acha?” etc. Algo que levantaria uma hipótese. A afirmação é invariavelmente em tom categórico e definitivo.
Por quê?
Excetuando-se a possibilidade de ser troll, ou seja, uma brincadeira de mau gosto feita por adolescentes desocupados, deduzo que as pessoas pensam assim por acreditarem que, para cada palavra em um idioma, só há uma equivalente no outro. Ou seja, acreditam – consciente ou inconscientemente – na tal da relação biunívoca para aprender inglês. Enganam-se.
Se fosse assim, os softwares de tradução automática já teriam dado aos tradutores de carne e osso o mesmo destino que a calculadora deu ao ábaco. Em suma, estudar inglês é muito mais do que criar uma tabela de duas colunas no Word ou no Excel!
E eu com isso?
Se você estiver se perguntando o que essa história tem a ver com você, lembre-se de não esperar essa equivalência definitiva e absoluta entre os termos de dois idiomas. Habitue-se a usar mais “pode ser” do que “é”. Quer exemplos? Vamos lá.
Garden não é “jardim”? Pode ser. Mas também é “horta”. Ball não é “bola”? Pode ser. Também é “baile”. E pen, não é “caneta”? Pode ser. Também é abreviação informal de “penitenciária”. Mas rubber é “borracha”, certo? Pode ser. Rubber também é gíria para “camisinha”. A relação é quase infinita.
Cf. ORANGE IS THE NEW BLACK: qual é o significado do nome da série?
O contexto é soberano na hora de entendermos o que as palavras e expressões querem dizer naquela determinada situação. Não há motivo para pânico, a menos que você chupe a parte da camisa e tente vestir a deliciosa fruta da mangueira.
Mas e “relação biunívoca” em inglês? Como é?
É claro que existe “relação biunívoca” em inglês. Você pode optar por bijection, bijective function ou ainda a expressão one-to-one correspondence. Não me atrevo a falar mais sobre esse tema porque sei muito bem que sopa a gente toma com colher. 😉
Cf. Leitura: abrir o dicionário ou deduzir pelo contexto?
Cf. Contexto é tudo! Entenda a importância do contexto.
Cf. HATERS GONNA HATE: qual é o significado da expressão?
Speak up! We’re listening…
A equipe do Tecla SAP quer muito saber o que você achou da dica sobre a relação biunívoca no aprendizado da língua inglesa. O texto serviu para você ampliar seu vocabulário e seus conhecimentos da língua inglesa? Envie, por favor, sua resposta na seção de comentários, no rodapé da página. Muito obrigado pelo interesse.
Google+, YouTube, Twitter e Facebook
Vai ser muito legal continuar essa conversa nas redes sociais! São várias as opções para você não deixar seu inglês enferrujar:
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Ficou faltando falar de alguma rede social? 😉 Agora você só não mantém contato com a língua inglesa se não quiser! A gente se fala. O assunto dessas conversas pode ser a relação biunívoca no estudo de inglês ou qualquer outro que você preferir. Muito obrigado pela participação. A gente se fala…
“Se fosse assim, os softwares de tradução automática já teriam dado aos tradutores de carne e osso o mesmo destino que a calculadora deu ao ábaco.” Fatality!! Pois é, falou e disse. E afinal de contas o inglês como provavelmente todas as línguas existentes é um estudo eterno ou seja, você tem que sempre que estudar, estudar e estudar, pois sempre haverá mais o que aprender..
Elielson, tudo bem?
Muito obrigado pelo feedback sobre o post. Continuo publicando na fanpage: facebook.com/teclasap. Volte sempre!
Abraços
Haha, Thank you srrs Obrigado 😀
A língua é viva, ela se adapta às circunstâncias, aos momentos da fala. Não podemos nos comunicar “literalmente”. Temos que contextualizar, sempre, isso já fazemos automaticamente con nosso português e o mesmo ocorre com o Inglês. Para ilustrar o que digo, uma vez, navegando na Internet, encontrei um artigo, em Português, sobre Eduardo I, rey da Inglaterra. Como sou curiosa, quis testar um ATM (automatic translation machine) da Internet, com um parágrafo desse artigo onde aparecia o nome do rey…adivinha a tradução??? Eduardo EU. Nossa!!!!!
Mônica, tudo bem?
Muito obrigado por participar da conversa. Concordo plenamente com suas observações. Será que a Elizabeth Eu-Eu também concordaria? 😉
Abraços
Thiago, tudo bem?
Muito obrigado pelas belas palavras. É mesmo gratificante saber que o conteúdo está sendo bem aproveitado. Agradeço o elogio em nome de todos os colaboradores do Tecla SAP. Volte sempre!
Abraços
Oi Ulisses. Acompanho vc há bastante tempo. Leciono inglês para o curso de Geologia (em Santos). Sempre deixo claro que o glossário que organizo nas lições refere-se “apenas” ao sentido da palavra naquele contexto específico, pois a mesma palavra, em outro contexto, poderá ter outro sentido. Um caso bem comum na área de geologia é “bed”, no sentido de camada, acamamento. Antes que perguntem, eu já explico que normalmente aprendemos “bed” com significado de “cama”. Mas que, nos textos que trabalhamos, o sentido é de camada. 🙂 Abraços.
P.S. Veja meu livro: UPSTREAM – Inglês Instrumental – Petróleo e Gás – editora Cengage Learning.
Elisete, tudo bem?
Muito obrigado pela complementação. É importante deixarmos claro que não temos nada contra os glossários, desde que, como você afirma, eles sejam usados com essa ressalva. Volte sempre!
“Bed” é um excelente exemplo, pois além dos significados que você aponta, a palavra também significa “canteiro”, como em “flowerbed”, “leito (de rio)”, em “riverbed”, “leito (hospitalar), em “hospital bed”, “fundo”, como em “seabed” etc.
Abraços
Sérgio, tudo bem?
Muito obrigado pelo relato. A tradução automática ainda está long de ser uma maravilha, mas já melhorou bastante. Volte mais vezes!
Abraços
Oi, Ulisses!
Tudo bem?
Adorei!!
Me lembrou de uma aula que dei uma vez, querendo mostrar as diversas possibilidades de significado das palavras.
Coloquei no quadro, ao lado de uma figura de um jogo de chá, a frase “It’s made of china.”
Ui!!! Fui quase crucificada! Mas foi proposital. Sabia que causaria essas reações.
Os alunos, já num nível mais avançado, começaram a falar “Teacher, você está errada!”, “Teacher, tem dois erros na sua frase!” , “Teacher! Pay attention!” e até um “Nossa! Como essa professora está dando aula pra nossa turma?” fiquei sabendo, mais tarde, que tinham falado.
Mal sabiam eles, que “china”, com letra minúscula, significa porcelana.
Não sabemos tudo! Eu aprendo todos os dias, inclusive com meus alunos, que com suas dúvidas, me levam a pesquisar! Não custa usar, como você bem colocou, palavras que levem ao benefício da dúvida, mesmo se a intenção é criticar. É muito mais fácil alcançar objetivos, trilhando o caminho da humildade.
Abraço.
Cris, tudo bem?
Obrigado pelo comentário. Concordo plenamente com as suas observações. Infelizmente, tem gente que não só insiste em querer reinventar a roda, mas jura que ela é triangular. Fazer o quê? 🙂
Abraços
Gostei muito, Ulisses! Obrigada!
Ana, tudo bem?
Muito obrigado pelo feedback gentil. Volte mais vezes.
Abraços
Sou visitante assídua, Ulisses. Porém, silenciosa. Prometo ser mais participativa daqui pra frente. 🙂
Um abraço!
Obrigada Ulisses!! Suas dicas são sempre muito valiosas!
Um abraço
Ruth, como vai?
Muito obrigado pelo feedback. Agradeço o elogio em nome de todos os colaboradores do Tecla SAP. Volte mais vezes.
Abraços
Parabéns , Ulisses. Você se saiu bem e foi politicamente correto. Lamentavelmente teremos pessoas, em todos os lugares, datas e profissões que possuem um tempo útil somente para “trollar” pessoas de bem, como você, que ajuda inúmeros que tentam aprender ou melhorar o aprendizado do inglês. Abraço.
Eliane, tudo bem?
Obrigado pelo comentário. Não acho que foi troll nesse caso. Tem gente que acredita mesmo na tabelinha do Word para aprender língua estrangeira.
Abraços
Excelente texto professor. Humildade é importante em todos os momentos, sempre tem alguém que quer impor usa opinião como verdade absoluta.
Eduardo, como vai?
Muito obrigado pelo feedback. Volte mais vezes e comente sempre que puder.
Abraços
Ulisses, já notei que quanto menos a pessoa conhece sobre um determinado assunto, mais certezas ela acredita possuir. Tenho aprendido e muito com o Tecla Sap. Obrigado por todo o teu esforço e dedicação.
Marcley, tudo bem?
Obrigado pelo interesse no Tecla SAP e pelo comentário. Concordo com as suas observações. Sou a favor de um mundo com mais dúvidas… 😉 Volte sempre!
Abraços